História
Delegação do Porto da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar

A Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar foi fundada em Lisboa em 1979. Nos anos que seguiram pode dizer-se que constituiu um ponto de encontro de vários profissionais e iniciativas em vários pontos do país. Os mais antigos lembram a luminosidade das presenças de Whitaker e Andolfi em 1982 no II Encontro de Terapia Familiar e de Sluzki em 1984 no Encontro Casamento E Família.

Em 1995 a SPTF tinha crescido e regionalizou-se com a criação entre outras da delegação do Porto. Os fundadores (Daniel Sampaio, Helena Araújo, José gameiro e José Manuel Almeida Costa) tinham feito alguns cursos de formação no Norte, Pedro Gonçalves (então no Instituto Ackerman de Nova Iorque em estágio na equipa de Olga Silverstein, Peggy Papp e Steve Siegel que criou o debate estratégico) deu formação no Porto entre 1983 e 1985 e António Roma Torres iniciou também formação com um grupo misto de psiquiatras e psicólogos de Coimbra e Porto.

Nos primeiros anos a delegação do Porto organizou reuniões mensais que permitiram estabelecer uma rede de terapeutas familiares de diferentes origens e assistiu-se à implantação de actividade clínica de abordagem sistémica familiar no SNS no Hospital de São João, no Hospital Magalhães Lemos, no Hospital Santos Silva (Gaia) e no Departamento de Psiquiatria da Infância e Adolescência do Hospital Maria Pia, ao mesmo tempo que se alargou a actividade aos serviços regionais do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) e do Centro Regional de Alcoologia (CRAP) e à área pedagógica e de protecção a jovens em risco, com o apoio da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto.

Carlos Sluzki

Em 1996 realizaram-se no Porto as 1as Jornadas Luso-Galaicas de Terapia Familiar, em co-organização com a Asociación Galega de Terapia Familiar e a presença de Carlos Sluzki e Gianfranco Cecchin que inauguraram um período de cooperação com os terapeutas familiares de Santiago de Compostela e A Corunha e toda a Galiza e de convites a reputados terapeutas familiares internacionais. Assim estiveram nas 2as Jornadas em Vigo em 1997 Marcelo Pakman e Alfredo Canevaro, nas 3as no Porto em 1998 James L. Griffith e Melissa Elliot Griffith, nas 4as em 1999 na Corunha Jorge Barudy, nas 5as em 2001novamente no Porto Lynn Hoffman e Marcelo Pakman. Nas 6as em 2002 Richard Fisch e Jorge Colapinto e nas 7as em Braga Peter Steinglass e Arlene Vetere.

Por outro lado, alguns dos membros deslocaram-se em grupo a eventos internacionais, testemunhando a presença como “estrelas” de Salvador Minuchin e Mara Selvini-Pallazzoli em Sorrento no 1º Congresso Europeu de Terapia Familiar em Sorrento, ou assistindo às brilhantes conferências de Jay Haley e Julien Leff no 3º Congresso Europeu em Barcelona em 1997, ou à intervenção online de Harlene Anderson no 5º Congresso Europeu em Berlim em 2004.

Alguns momentos revestem-se de alguma emoção como a presença de António Roma Torres como convidado estrangeiro ao lado de Peter Steinglass e Maurizio Andolfi no 2º Congresso da Asociación Española para la Investigación y Desarrollo de la Terapia Familiar em Madrid em 2002, ou os encontros-despedida com tom Andersen (com John Shotter e Marcelo Pakman em Santiago de Compostela num curso de verão em 2007), um mês depois morto num estúpido acidente na montanha na sua terra natal, ou com Salvador Minuchin (com Arlene Vetere e Bessel van der Kolk, perito do Stress Pos-Taumático, no Congresso Internacional Família e Crise em Castellón em 2008), também logo depois acometido por uma fractura do colo do fémur que lhe limitou definitivamente a possibilidade de viajar para a Europa. Tanto Andersen como Minuchin tinham aceite virem ao Porto a uma iniciativa que iríamos por de pé.

Com Sluzki foram muitos os encontros, em Lisboa, em Sorrento, no Porto e em Barcelona que culminaram com uma nova vinda ao Porto em 2011 no 3º Congresso Regional Mediterrânico e Atlântico da International Association for Group Therapy and Group Processes (IAGP), onde fez uma magnífica conferência - Sluzki CE (2012), The group therapist as a social network enhancer: A new area of inquiry, Forum (journal of the International Association for Group Psychotherapy and Group Process), 5:55-68. A delegação do Porto da SPTF foi chamada a colaborar nesse congresso organizado localmente pela Sociedade Portuguesa de Psicodrama tendo sido também convidado William R. Mc Farlane. Alberto C. Serrano, sucessor de Minuchin em Filadélfia e co-autor com McGregor e Goolishian de Multiple Impact Therapy with Families (1964) foi presidente da IAGP (1992-1995) e dinamizou com Susana Bullrich, colaboradora de Giuliana Prata, a secção de Terapia Familiar que constitua então com as de grupanálise e psicodrama uma espécie de tripé activo da IAGP.

Na última década ampliou-se consideravelmente o número de terapeutas familiares formados e em formação na delegação do Porto abrangendo todo o norte do país. Ao mesmo tempo organizaram-se outras actividades de formação com grande espírito de abertura e diálogo com outras escolas terapêuticas e posturas clínicas e de intervenção, numa divulgação para o exterior, mas também pretendendo complementar e enriquecer o currículo regular de formação.
Assim foram abordados temas como:
O uso do humor em psicoterapia
Pensamento e agir sistémico no contexto de saúde mental
Acolhimento institucional de menores: Intervir nas famílias sem piorar?
“Casal e sexualidade(s)”
Um olhar sistémico sobre a escola
Sexualidade e disfunção familiar
Sobre a primeira infância: Diálogos entre a Psicanálise e a Teoria Sistémica
Pioneiros da terapia familiar
Pessoas mais velhas, Famílias e Instituições
A terapia de casal na prática clínica: Um modelo de intervenção baseado nos padrões de interacção pessoal
Violências: Quando a protecção agride?
Famílias formadas por pessoas LGBT: Uma abordagem sistémica e afirmativa
Práticas dialógicas em Psiquiatria e Psicoterapia
“Somos uma família”: Intervenção com famílias em processo de divórcio
Contribuições para a formação em terapia de casal
Recursos criativos em Terapia Familiar
Novas práticas clínicas nas condições de protecção da COVID–19
Abordagem sistémica das situações escolares: estagnação vs Inovação

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